sexta-feira, 31 de outubro de 2014

2 anos e 6 meses de muita saudade...

Nesses últimos dias, ando sentindo muito a falta de minha mãe, as lembranças são muitas e a dor da saudade é muito grande. Não sei se é por causa de estar perto de completar dois anos e meio que ela partiu e porque essa passagem do tempo me incomoda. Ando muito carente, precisando de consolo, de um abraço, de um pouco de carinho, de atenção. Meu coração fica apertado e como não tenho como colocar tudo que está guardado para fora, resolvi escrever. Sei que colo de mãe eu não tenho e nunca mais terei. Sei que não há nada no mundo que se compare ao amor de mãe, mas sei também que pequenos gestos de carinho ajudam e aliviam um pouco essa dor, suavizam e amenizam qualquer tipo de sofrimento. Mãe, que saudade da senhora. Saudade das nossas conversas, de sua maneira simples de contar as coisas, da sua presença maravilhosa.. Ah! Mãe, quanta falta sinto... Principalmente do seu apoio, do seu ombro, sempre amigo para me encostar. De seus braços que envolventes, me abraçavam. Ter perdido a minha mãe significou para mim, perder minha melhor amiga, minha conselheira e o meu maior exemplo. Perdi meu rumo, meu caminho, minha direção. Perdi meu alicerce, minha fortaleza, o sentido da minha vida, parece que ao perdê-la, eu também me perdi, pois no meu íntimo existe um vazio tremendo que insiste em reinar, parece que nada do que eu faça é capaz de preenchê-lo ou de diminuí-lo ao menos um pouco. É muito complicado ter que conviver diariamente com a falta de minha mãe, é muito triste e difícil. Como eu ando precisando de um colo de mãe, de um abraço, de um sorriso de mãe. Como dói chegar em casa e não encontrá-la me esperando, como dói não ter ninguém que te pergunte ou que queira saber como foi o seu dia. Como dói não ter ninguém para te aconselhar, para ouvir seus desabafos, para te apontar caminhos e soluções. Como dói não ter ninguém que se preocupe verdadeiramente com você, que saiba reconhecer que você não está bem, está triste, mesmo que você não diga nada. Só pelo olhar. É muito difícil viver sem o amor de mãe, o mais puro e verdadeiro amor. 
 Um  pequeno gesto faz toda a diferença. Como seria bom se as pessoas compreendessem isso. Um olhar atencioso, um abraço, uma palavra sincera pode transformar o dia e a vida de uma pessoa. Um carinho, um abraço, uma palavra, um “estou aqui, “Conte comigo”, mas que seja dito de verdade, do fundo do coração. Porque mais do que falar, é preciso agir, é preciso estar disposto a acolher. E essa acolhida pode transformar a vida de quem sofre com a dor da ausência de alguém tão especial. Uma ajuda sincera de um amigo ou de um parente faz muita diferença para quem se sente só e desamparada. Gostaria de poder demonstrar mais meu sofrimento, minha dificuldade em lidar com a perda e principalmente que as pessoas não me julgassem por isso e enxergassem que também sou humana, preciso de carinho, de compreensão, tenho medos e dúvidas, como todos e preciso de alguém que se disponha a me ajudar, que me escute, me aconselhe e me mostre que ser humana não é sinal de fraqueza e que tenho esse direito de ser frágil, ás vezes, e principalmente, que se eu precisar de um ombro amigo, de uma palavra, de um abraço, eu tenho onde encontrar. Gostaria que pelo menos , em alguns momentos da vida, retirassem de mim o peso de exercer o papel de uma pessoa forte, decidida, responsável, comprometida, inteligente, aquela que tem que resolver tudo e que todos acham que sabe se virar bem sozinha, que sempre dá conta de tudo sozinha. Eu não sou forte, mas tive que me fazer forte pelas circunstâncias que a vida me impôs(ser o alicerce de minha família, doenças, lutos), mas sou fraca e frágil. Sou muito sensível e porque já sofri muito, aprendi a ajudar os outros a não sofrerem ou ao menos tentar aliviar a dor do outro. Amadureci muito cedo e adquiri uma visão mais humana , sensata e cristã. Mas ainda assim sou humana, cheia de defeitos e limitações. Que eu tenha a certeza que perdi temporariamente o amor e cuidado de mãe, mas que posso ter o amparo e o amor fraterno de alguém que faça diminuir um pouco que seja essa orfandade, essa ausência de cuidado e carinho, que sinto.  Pois todas às vezes, em que Deus permitiu que um anjo amigo cruzasse meu caminho, todas as vezes que encontrei uma pessoa amiga que me ouvisse alguns instantes, isso fez muita diferença para mim. Senti por alguns instantes, um alívio, senti que não estou sozinha e percebi que posso ter esperança, que vou conseguir superar e isso acalmou meu coração e renovou minhas energias. Sentir que você tem alguém com quem contar, alguém para confiar e que será capaz de aceitar você com todas as suas limitações e que por mais que ainda não tenha passado por nenhuma situação parecida com a sua, fará de tudo para compreender você , para que você se sinta aliviada e acalentada. Sei que Deus está sempre comigo e nunca me abandona, sou muito grata a Ele por sentir sua presença e o seu amor agindo em minha vida, pois sei que sem o amor de Deus eu nada seria. Mas há momentos em que preciso de ações mais concretas, preciso do apoio de alguém que eu possa tocar fisicamente, preciso de calor humano abençoado por Deus, preciso que Deus me apresente um novo caminho e que nele eu encontre pessoas solidárias que me aceitem e me acolham de braços abertos e de coração sincero. Pequenos gestos podem fazer uma grande diferença. Devemos preencher o vazio que sentimos com gestos de amor. Porque só o amor é capaz de grandes transformações. Só o amor rompe todas as barreiras. Só o amor cala as nossas feridas. E só o amor nos leva a crer que não importa as perdas que a vida nos impõe, devemos sempre continuar. Acredito que talvez por isso, a ausência de minha mãe ganha proporções gigantescas para mim, pois embora eu cuidasse dela, ela também sempre cuidou de mim e me amou intensamente, preenchendo todas as lacunas afetivas que eu poderia sentir. Mesmo doente e debilitada, ela nunca deixou de se preocupar comigo e com o meu bem-estar. Ela nunca deixou com que eu me sentisse sozinha e mesmo tendo a responsabilidade de cuidar dela, de exercer o papel de mãe-filha, eu nunca me senti desamparada e a cada cuidado que eu tinha para com ela, eu me sentia sendo cuidada também. Ela sempre me enxergou, sempre sorria para mim, sempre queria saber de mim e compreendia que eu também sofria muito ao vê-la sofrer, que para mim não era fácil vê-la tão dependente, que não era fácil ter que lidar com certas situações, mas que por amor, eu superava todos os meus medos e esse amor era retribuído intensamente por ela. Ela sempre se preocupava, me agradecia, dizia que estava difícil, que a minha criança estava dando muito trabalho, se preocupava se eu estava bem, mesmo quando estava em crise, ela demonstrava seu amor. E quando no hospital ,  as enfermeiras se aproximavam da cama dela e ela me perdia de sua visão, chamava-me “filha, cadê a minha filha” e eu respondia prontamente” Estou aqui, minha mãe”. Como sinto saudade de viver situações parecidas com essa , só para ouvir sua voz e poder pronunciar novamente” minha mãe”. Parece que ela se sentia mais segura perto de mim, mas eu também me sentia mais forte e protegida só de saber que eu era importante para ela e que de alguma forma eu podia ajudá-la a aliviar suas dores e medos. Ela sempre compreendeu que eu sofria junto com ela, e que por mais forte e responsável que eu demonstrasse ser, eu também precisava de afeto, de carinho, nem que fosse apenas uma palavra, um conforto de mãe. Sei que não sou compreendida pelas pessoas, que pelo tempo que isso tudo aconteceu, quase três anos, eu teria que ter aceitado e superado a morte de minha mãe. O tempo pode aliviar um pouco o abalo inicial, mas quando um ente querido morre a vida nunca mais volta a ser a mesma. A idéia de que o tempo cura as dores passa a impressão de que há um prazo para sentir dor e que a pessoa tem a obrigação de se recuperar logo. Porém, há pessoas que nunca vão conseguir superar a dor (acho que sou uma delas).  Mas isso acontece, porque ninguém compreende a grandeza e a intensidade da nossa relação (mãe e filha), pois eu sempre vivi incondicionalmente para minha mãe e cheguei a acreditar que sempre seria assim. Aceitar sua partida, já  aceitei , porque não tive escolha e porque como a amava profundamente não queria vê-la sofrer e sou consciente que ela está muito melhor agora, muito bem. Mas o que é difícil de aceitar é a dureza de se viver sozinha, de se viver sem minha mãe, de ter que continuar a viver e a lutar, quando quase tudo perdeu o sentido, quando quase tudo é vazio. É muito difícil viver sem o amor de mãe, o mais puro e verdadeiro amor. Dói ver que tantas pessoas podem ter a sua mãe ao seu lado, mas não aproveitam essa oportunidade e se afastam ou não as dão a atenção e o carinho que merecem. E eu que sempre tentei ser uma boa filha, e sabia do valor de se ter uma mãe, perdi tão cedo minha amada mãe, sendo que meu maior sonho era poder envelhecer ao seu lado, envelhecer junto com ela. Como é insuportável ter que aceitar sua ausência. E isso dói. Dói porque não aprendi a viver sem ti, minha mãe... Não aprendi a chorar sem seu consolo. Não aprendi a andar sem que me indicasse a direção. Não sei como dar conta dessa vida que não é só minha, mas um tanto sua. Agora eu já não sei como chorar nem como sorrir. E não porque não tenhas me ensinado, mas porque a sua fortaleza me encorajava. Fortalecia-me e me fazia ser melhor. A minha força sem ti, agora é pequenina. Meu olhar sem ti, agora é sem brilho, sem graça... Minha mãe foi uma grande guerreira. Foi fiel nas grandes e nas pequenas coisas. Foi uma esposa companheira, uma filha carinhosa, uma mãe exemplar, uma amiga incondicional. E esse aperto aqui dentro? Sem minha mãe pra acalmar? E essa vontade de desistir, sem minha mãe pra me incentivar? E esse lamento? E essa loucura de querer chegar e te ver a minha espera, com um lindo sorriso e receber- me com um caloroso abraço, pedir sua benção e sentir que assim eu estaria segura, porque me reencontrei com meu porto seguro. Pena que isso não possa se tornar realidade. Pena, que a minha realidade seja agradecer a Deus a oportunidade de ter tido uma mãe maravilhosa, de saber que Ele como pai misericordioso que é , nunca vai me desamparar e que um dia, quando eu conseguir cumprir minha missão, talvez eu ganhe a graça de poder reencontrá-la. O que me resta é confiar em Deus e seguir em frente, alimentando-me da misericórdia de Deus, buscando forças nas lembranças e na saudade de minha querida mãe. É viver do que dela ficou em mim. É viver do que ela deixou em mim, pois sei que muito dela ainda está em mim e ficará para sempre guardado, gravado em meu coração e em minha alma. Confio que um dia, quem sabe, só me restará uma grande e enorme saudade que me acompanhará sempre, mas que também será um sinal de que não estou sozinha, que continuo contando com a proteção da minha amada mãe, olhando por mim e por todos que aqui ficaram. Mãe, que saudade minha mãe, sigo assim meu caminho, tendo a saudade como minha constante companheira até o dia em que Deus, me deixar rever-te, vou ter saudades tuas, porque te amo intensamente e eternamente.
Eu queria aproveitar para agradecer a todas as minhas amigas que nesse período de luta e superação me ajudaram com seu carinho e amizade a ter forças para continuar. Que Deus abençoe a todas, por fazerem a diferença em minha vida, mas não poderia deixar também de agradecer a uma amiga muito especial, Daise, que foi e é um verdadeiro anjo em minha vida, tenho certeza que ela sabe do que eu estou falando e também já sabe da eterna gratidão que tenho por ela, mas gostaria de dizer que o apoio e o carinho, a paciência e a disponibilidade, a acolhida e a cumplicidade, tudo que encontrei em nossa amizade e tudo que recebi dela tocou profundamente minha alma e meu coração e foi fundamental na minha caminhada e em tudo que vivi e é o que tem me ajudado a conseguir continuar, a seguir em frente. Só Deus pode recompensá-la por todo o bem que me fez e ainda me faz. Obrigada por me ensinar que a cada dia podemos recomeçar, obrigada por ter me ajudado a enfrentar momentos difíceis e complicados, por me fazer sentir que alguém se importa comigo e por saber que sempre poderei contar contigo.
“Desde o dia em que eu perdi minha mãe Eu me perdi de mim também Perdi no mundo o que era o mundo meu - minha mãe E eu não sei o que sou sem ela Só sei que ela me deixou Por que ela me deixou? Por que ela me deixou? Ela me deixou Nesse dia, o dia em que eu perdi minha mãe Eu me dei conta que eu estava só por minha conta Mesmo tendo o meu pai, que eu amo A minha conta não se fecha Essa conta nunca mais fechou Nunca mais fechou Estou aqui, estou aqui, fiquei aqui Você não está você não está não está mais Eu quero te ver,
quero te ver, para te ver. É preciso sonhar.” (Nando Reis – Conta).

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Refletindo sobre o tempo e a saudade

2 anos e 3 meses, 822 dias. É muito tempo, é uma eternidade. É insuportável constatar que já se passaram tantos dias, tantas horas e tantos minutos sem poder ver minha amada mãe. Hoje faz 2 anos e 3 meses exatamente que Deus levou minha querida mãe, que Deus levou meu maior tesouro. A saudade é minha companheira constante e a tristeza já se impregnou à minha alma.
Como é duro viver e estar só! Como dói não ter mais o amor de minha mãe, como dói não poder mais vê-la, ouvir sua voz, receber seu abraço, como é difícil perceber que perdi meu grande e verdadeiro amor. O amor mais belo e mais puro. Amor maternal misturado ao divino, amor sublime e incondicional. Como sinto a falta de minha mãe. Eu seria a pessoa mais feliz deste mundo se Deus me concedesse a oportunidade de só mais uma vez, poder estar ao lado de minha mãe e sentir sua presença, sua respiração e enxergar novamente o brilho todo especial em seus olhos, quando os meus olhos  se cruzavam com os dela. Sei que pode ser absurdo pensar assim, mas é o que minha alma e meu coração desejam ardentemente. Talvez quem já perdeu alguém muito especial, quem já perdeu a sua mãe me compreenda. Talvez! Mas não me preocupo se pareço ser anormal ou se as pessoas me julgam e consideram que eu não quero aceitar a realidade, aceitar que a morte faz parte da vida, que é natural, que tudo é um ciclo que se inicia e se encerra. Algumas  pessoas me dizem que o tempo é o melhor remédio. O tempo cura tudo. Eu não concordo muito com isso. A passagem do tempo nos ajuda a perceber que não temos escolha e que é preciso seguir, por mais difícil que seja, temos que continuar. Mas o tempo não diminui a dor que sinto por não ter mais minha mãe. Pelo contrário, sinto que essa dor se agiganta cada dia mais e sinto que terei que aprender a viver constantemente com ela. O tempo não cura a dor de se perder nossa mãe. O tempo ameniza o desconforto de nossa realidade, esconde, sufoca e abafa o vazio que habita em nosso ser. O tempo apenas faz com que a rotina diária se encaixe, mas de forma alguma, consegue acabar com o incômodo de se sentir só, desamparada e perdida, com o fato de se sentir impotente e incapaz de mudar o imutável e de trazer de volta o sentido de nossa vida. Minha mãe sempre foi minha razão de viver e hoje o que me move é ainda a certeza que tenho de que ela confiava em mim para cuidar de nossa família e que não posso decepcioná-la, ou seja, ela ainda é de uma maneira diferente, a minha razão de lutar para sobreviver, a minha razão de viver, mesmo que seja para viver, das lembranças, da saudade e do amor dela que ainda pulsa em mim.
Saudade é uma forma de amor. É o amor que ficou impregnado no meu corpo, no meu jeito de ser e de ver o mundo, pois ainda enxergo o mundo, as coisas e as pessoas com o olhar de minha mãe, pois foi assim que aprendi com ela, foi assim que eu deixei de ser sua filha e passei a ser sua mãe-filha e me misturei ao jeito dela e nós nos tornamos uma continuidade uma da outra e vivemos incondicionalmente uma para a outra e juntas compartilhamos o amor pleno que foi a base e o alicerce de nossa relação. Acho que nunca deixarei de ser assim, mesmo não tendo mais minha mãe perto de mim. O que me resta é confiar em Deus e seguir em frente, alimentando-me da misericórdia de Deus, buscando forças nas lembranças e na saudade de minha querida mãe. É viver do que dela ficou em mim. É viver do que ela deixou em mim, pois sei que muito dela ainda está em mim e ficará para sempre guardado, gravado em meu coração e em minha alma. Saudades eternas e amorosas, de um amor terno e generoso que tive a honra de sentir e de desfrutar, graças à bondade de Deus ao ter me concedido a benção de nascer e ser filha de uma mulher tão especial e guerreira, como minha amada mãe, Maria Auxiliadora. Te amo e te amarei para sempre. Saudades!!!!



domingo, 15 de junho de 2014

Rastros da saudade


“ DEIXANDO RASTROS DE SAUDADE ...SAUDADE QUE                                       NÃO  TEM FIM...”
A saudade é uma sensação tão difícil de ser definida. Só quem sente é capaz de entendê-la. É um vazio, é uma dor que dilacera, é uma tristeza, uma angústia, um desalento. Como dói perder as pessoas que amamos. Sei que as pessoas não são propriedades nossas e de ninguém, mas digo perder, porque elas não estão mais ao nosso lado, ao menos fisicamente, nós não podemos abraça-las, não podemos ouvi-las, olhar em seus olhos e nem fazer nada para mudar essa situação. Quando uma pessoa morre, parece que cresce uma barreira intransponível entre a gente. Essa saudade da ausência, da despedida final é muito diferente da que sentimos quando vamos viajar, quando ficamos separados por alguns dias ou meses daqueles que amamos, pois se ela apertar demais posso ligar, posso voltar. A saudade da perda pela morte não nos permite fazer nada disso.
As pessoas sempre dizem que o tempo é o melhor remédio para isso. Que com o tempo, as coisas se ajeitam, a dor se aquieta e nosso coração se acalma. Que com o passar dos anos, fica uma saudade boa, lembranças dos momentos vividos. Mas eu não concordo muito com isso. É lógico que inevitavelmente, com o desenrolar do tempo, algumas coisas vão se acomodando, mesmo que você não queira. Mas a cada dia que vivo sem a presença física de minha mãe, minha certeza de que ela não voltará só aumenta e o meu desespero por não saber mais o que fazer, só cresce e aperta ainda mais meu coração. Tenho medo de me cansar de tanto lutar, para aceitar, para seguir em frente, sendo que todos os meus esforços parecem que são insignificantes. É muito duro voltar para casa todos os dias depois do trabalho e ter no caminho a sensação de que minha mãe está me esperando e chegar em casa e ver que nada mudou, ela não está mais ali e não estará nunca mais. Mas eu ainda acredito interiormente e desejo ardentemente encontra-la de qualquer maneira, eu preciso disso. Pode parecer estranho e até mesmo loucura, mas para mim é amor incondicional, é um amor enorme e sublime que foi a base e o alimento da minha vida. Sempre vivi para minha mãe e ela sempre viveu para mim e para minha família. Nós sempre fomos muito unidas, mas com as doenças nós nos aproximamos mais ainda, ela só se sentia segura na minha presença e eu também me sentia protegida e cuidada, ao poder cuidar de minha amada mãe e tentar aliviar ao menos por alguns instantes seu sofrimento.
É estranho perceber que as pessoas nos marcam tão profundamente quando convivemos com elas, e que mesmo, quando estão ausentes, também continuam nos marcando, pelas lembranças e pela dor da saudade. Sinto que a saudade também deixa suas marcas internas dentro de nós e por vezes, até externas. Parece que o Universo age e faz com que coisas aconteçam ao nosso redor, deixando bem evidente a presença da ausência daqueles que amamos. Já vivi muitas situações assim. Mesmo que eu não queira me lembrar mais, porque vai doer (lembrar que eles morreram), alguma coisa acontece em minha vida, que me faz lembrar da ausência dos meus entes queridos. Ontem mesmo vivi uma situação assim, estava num lugar onde não conhecia ninguém e de repente, surge uma pessoa perguntando se eu e meu pai não o conhecíamos e durante a conversa, descubro que essa pessoa conheceu meus avós maternos, minhas tias, minha mãe e ele nos pergunta sobre minha mãe e aí, inevitavelmente, tenho que afirmar que ela faleceu. E ao fazer essa afirmação, meus sentimentos são reavivados e a certeza de que ela não está mais aqui, dói numa intensidade, que com palavras não sou capaz de descrevê-las. É lógico que sou consciente disso (ela morreu), mas ao ter que afirmar isso para outras pessoas, mesmo tendo se passado dois anos, dói profundamente. E para completar, tudo aconteceu num dia muito significativo. Ontem estava fazendo exatamente oito anos que meu amado avô faleceu e que a minha luta para sobreviver aos lutos que me foram impostos começou. Meu avô sempre foi uma pessoa muito importante em minha vida, foi um amigo, um pai, e até mesmo um professor na sua humildade e doçura. Mas quando ele se foi e partiu, nem tive tempo para chorar sua morte, pois muitos desafios familiares foram surgindo e num curto período, em 1 ano e 4 meses, nossa família se despediu de mais quatro pessoas. Assim concluo que não foi uma mera coincidência do destino, mas foi à ação dos rastros da saudade que me levaram a viver essa situação ontem. Assim vou seguindo, aprendendo a compreender as lições  que a vida nos mostra.
 
Saudade não tem forma nem cor; não tem cheiro nem sabor.
Fala-se nela, mas não se vê; só pensa nela quem acredita.
Ela é parte da ausência; ela é parte do amor; ela tem realidade, mas quem a tem sente dor, uma dor miudinha, que cresce no coração, e que nunca vem sozinha…
Acompanha a solidão; quem a sente nunca esquece, nem nunca esquecerá, o sentimento que não adormece, por alguém que não está!”
(Rita M. F. Silva)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

2 anos de saudades


7 de maio de 2014

Minha amada mãe, Maria Auxiliadora, uma pessoa que tinha uma alma cativante que irradiava alegria por onde passava. Uma pessoa linda por dentro e por fora, uma esposa honrosa, uma mãe amorosa, uma amiga pra todas as horas. Muitas vezes eu desejei trocar de lugar com ela, para não vê-la sofrer, mas não bastava meu querer, pois tudo era desígnio de Deus e por mais que a gente queira, não podemos mudar o rumo de nossas vidas, pois cada um tem que passar o que lhe foi reservado. Sei que posso ter falhado, sei que não era perfeita e nunca serei, mas sei também que tentei e procurei dar o melhor de mim , tentei ajudá-la como podia, fiz tudo que estava ao meu alcance, para tentar aliviar suas dores e encher sua vida de esperança, de carinho e de muito, muito amor, amor de filha, amor de mãe. Amor verdadeiro, amor eterno. Em determinado momento, nossos papéis inverteram-se, eu fui sua filha-mãe e ela minha mãe- filha. Mas tudo que fiz, não foi suficiente para evitar sua partida e tive que enfrentar a dura realidade da separação, da despedida. Tristeza de ver a nossa origem nos deixando. Despedir do que não se queria nunca despedir. Dor que dilacera nossa a alma, que nos tira o chão e por segundos nos faz achar que era mentira, que era um pesadelo. O adeus não foi dado, e pela alma, levará um tempo ainda maior. Minha mãe se foi, há dois anos exatamente. Há 730 dias vivo sem tê-la ao meu lado, convivendo com a dor e o vazio de sua ausência. Minha mãe não está mais aqui comigo. Mas, com certeza, ela está em mim, porque trago muito do que ela deixou e me ensinou. Mas ela não me abraça. Não sorri para mim. Não fala comigo, não me olha com seu jeito todo especial, não ouço mais sua voz. Ela não me diz coisas que acalentam meu coração. Tenho saudades da minha mãe, do seu colo, das histórias recontadas de uma vida marcada pela dor e pelo sofrimento. Minha mãe sofreu muito, lutou bravamente até o fim. Eu era feliz por saber que minha mãe existia e só ao olhar para ela já me sentia segura, amada, protegida e cuidada. Bastava-me perceber seu olhar carinhoso e terno para mim, bastava-me ouvir sua voz e sentir sua presença materna ao meu lado. Por isso é tão difícil viver sem tê-la ao meu lado e sua ausência física torna-se para mim, um grande obstáculo a ser vencido. Minha mãe era minha vida, meu tudo. Sempre gostei e gosto de estar perto das pessoas que amo. É muito bom dividir seu tempo com as pessoas que lhe são especiais e que ocupam um lugar importante em sua vida. Por isso, faço questão de demonstrar o carinho que sinto por elas e também por isso sempre estive presente e perto das pessoas de minha família que precisaram de carinho, de amor e de serem cuidadas, estive perto de meus avós e de minha querida mãe. Por isso, não consigo entender as pessoas que não valorizam a presença de seus entes queridos e de seus amigos. Sempre ouvi que as pessoas só vão saber o que é perder uma mãe, quando passarem por essa experiência e que as pessoas só dão valor depois que perdem. Eu sempre tive medo de perder minha mãe e, pela história de vida e sofrimento de minha mãe, convivi muitos anos com esse medo e esforcei-me ao máximo para amá-la incondicionalmente e estar sempre ao lado dela. Fico triste ao ver tantos filhos que têm sua mãe por perto e não sabem valorizar sua presença. Eu sempre tentei aproveitar ao máximo a presença de minha amada mãe, sempre a priorizei em minha vida, abrindo mão de tudo que era possível para estar junto dela, ao seu lado. E mesmo assim, acho que não foi suficiente, que eu deveria ter aproveitado mais e que o tempo que vivemos uma ao lado da outra, foi muito pouco. Mãe é um presente de Deus, é uma dádiva. Mãe é o nosso alicerce, nosso porto seguro. Mãe é vida. Ame-a ao máximo e cuide dela com o mesmo amor e carinho que ela sempre lhe dispensou durante toda a sua vida. Tenho certeza de que valerá a pena e você não se arrependerá. Digo isso por experiência própria, eu gostaria de ter feito muito mais por minha mãe, mas tenho meu coração e minha consciência em paz, pois sei que fiz tudo o que estava ao meu alcance, para ajudá-la, para tentar aliviar um pouco suas dores e amenizar seu sofrimento e se pudesse, teria trocado de lugar com ela, para não vê-la sofrer, pois é muito difícil e doloroso. Sei que isso pode ser incompreensível para algumas pessoas, mas para mim, é muito natural, pois meu amor por ela é e era muito intenso e sublime. Hoje compreendo que além de gestos e atitudes é muito importante também demonstrar seus sentimentos por palavras. É muito bom saber que você faz a diferença na vida das pessoas, que você tem alguém que gosta de sua presença e de sua companhia.

Minha fortaleza partiu para junto de Deus. Eu entendo que estamos aqui de passagem. Tenho fé de que há um outro lugar, um lindo céu, que nos aguarda, uma nova morada junto de Deus, mas isso não retira de mim a saudade que dói. Acredito que vou reaprender aos poucos a viver sem sua presença física ao meu lado e conseguirei conviver com sua presença dentro de mim, dentro do meu ser, pois sinto seu amor e percebo-a de alguma forma em meus gestos e atitudes. Confio na misericórdia de Deus e espero que minha mãe esteja bem melhor, num lugar bom e mais tranquilo, ao lado de Deus. Tenho certeza que Deus compreende o meu sofrimento e o medo de se estar sozinha no mundo. Mas sua misericórdia é tão grande que nos abastece lentamente, respeitando a hora de retomar nossa vida.  E assim aprendo a viver das lembranças. Viver do que acho que ouviria dela nesse momento. Conselho eterno sendo intuído pelo coração. Deus me fortaleça para enfrentar essa dor e que Ele seja meu consolador. Que Deus me ajude a seguir o meu caminho aqui na Terra e a proteja no céu. E, assim, o tempo vai continuar a passar e eu terei que me adaptar a essa realidade, por mais difícil que seja. Espero em Deus que eu tenha conseguido, mesmo com todas as minhas limitações, aliviar um pouco que seja o sofrimento de minha amada mãe e tenha conseguido alegrar seus dias com os meus cuidados e carinhos, fortalecendo seu ser para ter conseguido enfrentar de uma maneira mais amena tudo que teve que passar enquanto esteve doente. Espero que meu amor tenha contribuído de alguma forma nesse processo complicado. Quero muito poder ser digna de um dia poder reencontrá-la no céu, de estar contigo novamente, mesmo que seja um encontro de almas. Saudades eternas, minha querida mãe!

Obs: Quero aproveitar  para agradecer a todas as pessoas com quem convivo e que me ajudam e me ajudaram a enfrentar esses momentos complicados que passei com a partida de minha mãe. Muito obrigada a todos que me ouviram, que me ofereceram um abraço, um sorriso, uma palavra que fosse. Alguns de vocês, amigos especiais, foram e são fundamentais em minha vida de recomeço e tenho a certeza de que saberão do que estou falando e compreenderão minha gratidão e confio que Deus os recompensará por todo carinho e amizade que dispensam e dispensaram a mim. Que Deus os abençoe!

quinta-feira, 6 de março de 2014

6 de março - Aniversário de minha mãe


 6 de março, dia do aniversário da minha mãe. É um dia especial e triste, pois se minha amada mãe estivesse aqui, ela estaria completando mais um ano de vida. Mas infelizmente, ela não está mais aqui. Deus a levou para junto de si e tenho certeza de que ela está bem e feliz. Mas isso, não diminui a tristeza que sinto por não poder estar mais ao seu lado, por não poder abraçá-la, por não poder dividir com ela os momentos de alegria. É muito difícil aceitar a partida dos que amamos. É difícil ter que conviver com a realidade de sua ausência, dói na alma, deixa um vazio imenso. Como eu gostaria de poder voltar no tempo e ter novamente a oportunidade de conviver com a senhora e poder comemorar seu aniversário, como sempre fazíamos. Ah, se Deus me permitisse à graça de poder estar somente alguns minutos novamente ao lado de minha amada mãe, poder olhar em seus olhos, ouvir sua voz e poder abraçá-la, somente mais uma vez, mas que pudesse ter a intensidade do amor e da saudade que arde em meu coração. Seria eternamente grata a Deus se ele me concedesse essa benção. Mas sei, que por mais que Deus seja bondoso e misericordioso, isso não pode acontecer. Então, o que me resta é seguir, tendo a saudade como minha companheira constante, relembrando os momentos que vivemos juntas, que foram sublimes e maravilhosos, pois mesmo nas horas mais difíceis, havia entre nós duas uma confiança e uma cumplicidade tão grande, que tudo se transformava e adquiria um significado tão especial, pois uma confortava a outra, uma amparava a outra e conseguíamos nos sentir fortes diante dos obstáculos diários e cotidianos. O amor que existia entre nós era um amor incondicional, um amor que superava os limites, um amor sem fim, um amor eterno. Esse amor ainda existe e sempre existirá, isso eu tenho certeza, de que nada vai diminuí-lo, pois é por ele que sobrevivo à dor de sua ausência e consigo suportar, por mais difícil que seja viver sem sua presença, minha querida mãe. Por isso, eu queria que assim como nosso amor é eterno, que a senhora também fosse eterna. Mas tenho que aceitar que a morte faz parte da vida e que a senhora já cumpriu sua missão aqui na Terra e foi descansar ao lado de Deus e que está bem e feliz, não sofre mais. Venceu todas as batalhas e conquistou seu prêmio e que eu ainda tenho que cumprir minha missão, para também conquistar essa benção e um dia poder me reencontrar com a senhora e ser plenamente feliz. Como eu não posso abraçá-la, receba  minhas orações como forma de agradecimento por tudo que a senhora fez por mim, como uma homenagem a grande mulher e mãe que fostes aqui na Terra e também em gratidão por ter sido uma mulher guerreira, especial e fervorosa que marcou a vida de muitas pessoas, que assim como eu, hoje estão lembrando-se de seu aniversário, com o coração apertado e com muita saudade. Te amo muito, minha mãe.


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Saudades...


Saudades.... uma palavra tão cheia de significados.

Tenho saudades de coisas que vivi, de pessoas que conheci e marcaram minha vida. Mas a maior saudade que sinto, e que muitas vezes, é insuportável é a saudade de minha amada mãe.
Uma mãe maravilhosa e muito amorosa, uma grande amiga, uma protetora, uma guerreira. Maria Auxiliadora, minha mãe, uma pessoa que tinha uma alma cativante que irradiava simpatia e alegria por onde passava.
Ter mãe é uma dádiva, uma grande benção. Minha mãe, era tudo pra mim, era minha vida, meu porto seguro. Eu era feliz simplesmente por saber que ela existia , porque eu tinha uma mãe.Eu era a pessoa mais feliz do mundo quando ela me olhava com ternura e eu enxergava um brilho especial em seus olhos.Eu era feliz quando eu podia protegê-la e amenizar um pouco seu sofrimento, eu era feliz quando cuidava dela, e neste momento, de certa maneira, eu também me sentia protegida e cuidada.Eu era feliz porque sabia que minha mãe me conhecia profundamente sem que eu precisasse falar nada, apenas com um olhar, com um gesto. Como eu gostaria ,assim como o poeta Carlos Drummond, que minha mãe fosse eterna.

 Mãe, te amo muito, pois sei que ao menos, o amor que sentimos uma pela outra, é eterno e nunca vai diminuir.

“A saudade eterniza a presença de quem se foi.”( Padre Fábio de Melo).

 

 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Homenagem a minha mãe


Minha querida mãe,faltam-me palavras, sobram-me sentimentos.Falta-me a sua presença, resta-me os teus ensinamentos. Neste instante, passo pela experiência da perda, da separação que eu sempre tanto temia. Neste momento, sinto dentro do peito um vazio imenso, mas essa dor diminui um segundo, quando lembro-me de teus sofrimentos.  Mãe, tu foste pra mim tudo, meu mundo, minha vida, minha alegria, minha paz, meus sonhos, meu presente e meu futuro. Foste desde o dia em que nasci, meu porto seguro. Quando criança, foste minha companheira, minha amiga verdadeira. Quando comecei a crescer, incentivou-me a buscar ideais, mas nunca me abandonaste e continuamos ligadas, tornamo-nos confidentes e também parceiras na luta do dia a dia. Continuamos ligadas, como um elo de uma corrente que nenhuma tempestade fosse capaz de rompê-la. Muitas vezes, protegeu-me ao extremo, temendo por minha segurança, não permitiu que eu criasse uma independência maior, mas pra mim, mesmo assim, isso não me incomodava, pois seu amor me recompensava me fortalecia como pessoa e me deixava à certeza que estávamos no caminho certo e que alçar vôos mais altos, não se faziam necessários, pois tudo o que eu precisava eu encontrava dentro de casa. Passado algum tempo, me vi adulta e nossos papéis começaram a inverter-se um pouco, eu comecei a ter mais responsabilidades, a dividir as preocupações e tarefas com a senhora, e eu recebia em troca, a graça de poder cuidar de uma pessoa maravilhosa. Recebi a missão de partilhar, de tomar para mim um papel que muitas vezes  parecia ser um fardo ,mas que na verdade era meu pão, meu sustento, meu alimento,ou melhor meu amadurecimento e meu reconhecimento pelo significado de família que aprendi a seu lado. Com o passar do tempo, eu  fui aos poucos, tornando –me sua mãe e a senhora, minha  doce criança. Uma pessoa que tinha uma alma cativante que irradiava alegria por onde passava, mas que também carregava dentro de si uma tristeza  que fora adquirida durante sua vida  pelas experiências amargas e pesadas que tiveste passado, tantos sofrimentos, tantas lembranças do tempo da roça, e também das percas que sofreste durante sua passagem pela terra. Uma pessoa linda por dentro  e por fora, uma esposa honrosa, uma mãe amorosa, uma amiga  pra todas as horas. Tornarte-se minha filha -mãe  e eu sua  mãe-filha. Inverteram-se os papéis, mas  o amor e o carinho continuaram os mesmos, ou melhor, foram crescendo lentamente sem que percebêssemos. Tornou-se maior que o mundo e por isso hoje choro uma dor tamanha , incompreensivel ,indescritível e inimaginável. Sofri sempre ao seu lado, muitas vezes, calada,muitas vezes rasgada por dentro, mas por fora carregava um sorriso e muitas palavras,muita fé em Deus , pra poder ,ou ao menos tentar, amenizar a sua dor e a da nossa família. Como foi duro vê-la tantas vezes com dor, vê-la  numa cama de hospital ,minha vontade era tira-la de lá, trazê-la pra casa e tentar ser seu remédio, sua cura. Nunca fraquejei porque tinha Deus ao meu lado, com tu sempre me ensinaste, desde muito pequena, a Ele tudo entregar e Nele sempre confiar.Muitas vezes desejei trocar de lugar com a senhora, para não vê-la sofrer, mas não bastava meu querer, pois tudo era desígnio de Deus e por mais que a gente queira ,não podemos mudar o rumo de nossas vidas, pois cada um tem que passar  o que lhe foi reservado.Sei que posso ter falhado, sei que não era perfeita e nunca serei, mas sei que tentei e procurei dar o melhor de mim para ti, tentei te ajudar como podia, fiz tudo que estava ao meu alcance e até mesmo abri  mão de minha vida, para tentar aliviar suas dores e encher sua vida de esperança,de carinho e de muito, muito amor, amor de filha, amor de mãe.Amor verdadeiro, amor eterno .Amor tão puro e singelo.

Deus concedeu-me a benção e a graça de tê-la como minha mãe e agora, chegou a hora, de levá- la embora para ficar mais perto  Dele no reino do Céu. Agradeço á Deus por tudo o que Ele nos permitiu viver juntas.Confio na misericórdia de Deus e espero que a senhora esteja bem melhor, num lugar bom e mais tranqüilo, ao lado de Deus.Minha mãe, tu foste uma mulher de muita fé, rezava sempre com muito fervor e no fim , seu pensamento  e seu olhar transformaram-se numa espécie de louvor. Tu foste guerreira, lutaste até o fim pela vida, com garra e fé, e era isso que nos segurava em pé. Transformaste o seu sofrimento em ensinamento, sua fraqueza física em fortaleza espiritual, sua dor em gestos de amor.Como foi difícil imaginar que este dia chegaria, o dia da separação.E como foi insuportável a realidade de enfrentar a última despedida. Ouvir palavras de conforto e consolo, receber abraços, mas nada me acalentava,nada me acalmava, pois desejava receber ao menos mais uma vez o teu abraço. Só pude lhe oferecer meus carinhos,mas queria poder continuar nossos caminhos, juntas, uma apoiando a outra,com a leveza,a pureza e a singeleza que resume o afeto entre mãe e filha.Mas enfim,está consumado! Confio que um dia, quem sabe, a dor diminuirá um pouco, que as lágrimas irão secar e só me restará uma grande e enorme saudade que me acompanhará sempre, mas que também será um sinal de que não estou sozinha, que continuo contando com a proteção da senhora, olhando por mim e por todos que aqui ficaram.Confio que lá do céu , a senhora estará com um lindo sorriso,grande e belo, como quando ganhava um doce,  com um olhar doce e terno da minha eterna e terna criança, Maria Auxiliadora, a mais especial de todas, a batalhadora e vencedora. TE AMO E VOU TE AMAR PARA SEMPRE. FIQUE EM PAZ!!!

 

Apresentação

Blog dedicado a todos os filhos que sentem  a dor de perder uma mãe.

É muito difícil conviver diariamente com a ausência física da pessoa  que mais amamos na vida, pois aprendemos com ela o verdadeiro significado da palavra AMOR.
Mãe é vida, mãe é amor, mãe é cumplicidade, mãe é renúncia.Mãe é aquela que cuida sempre da gente, de uma maneira tão singela e especial, que se assemelha com o jeito amoroso e divino de Deus.
Saudade é o amor que fica, é o amor que permanece.
Sinto saudade da minha mãe e por isso resolvi criar esse espaço para dividir com as pessoas tudo o que tenho aprendido e um pouco do que tenho sentido desde que minha amada mãe partiu. Quero partilhar minha experiência, minhas reflexões e principalmente trocar ideias a respeito da dor de se perder a quem se ama incondicionalmente, pois não é muito comum, em nossa sociedade, os filhos demonstrarem o que sentem nessa situação.Aliás, as pessoas sempre pensam que para os filhos é mais fácil lidar com a perda, por serem mais jovens e por ser natural que os pais morram antes dos filhos. Mas para mim, perder um pai ou uma mãe é tão doloroso  quanto um pai ou uma mãe que perde um filho. Depende muito da relação que existia entre eles. Minha mãe era minha vida e sinto como se tivessem retirado um pedaço de mim. Não aprendi a viver sozinha e agora nada mais tem sentido.Minha vida era uma extensão da vida dela. Nós nos completávamos uma a outra.Um amor sublime e generoso, que ainda pulsa incansavelmente dentro de mim e faz com que a vida seja uma luta diária, para sobreviver, uma luta desgastante física e emocionalmente.